Capitulo 1 - Never Stop Dreaming*

Se o mundo parasse um segundo que fosse havia muita coisa que eu gostava de fazer…

            - Mãe? – Chamei quando cheguei à cozinha.

            Hoje era o último dia de escola, tudo parecia normal. Levantei-me à hora do costume, vesti-me e ia para a cozinha, onde normalmente se encontrava a minha mãe.

            - Mãe? – Voltei a chamar.

            Não houve resposta. Abri a porta da cozinha que dava acesso a uma pequena varanda. A minha mãe estava lá ao telefone. Vim novamente para dentro.

            Sentei-me à mesa e comecei a comer. Quando finalmente a minha mãe chegou à cozinha vinha com cara de caso.

            - Mãe? Está tudo bem, consigo?

            - Sim!

            - Não parece!

            - Sarah, sempre quiseste ir para a Carolina do Norte… - A voz fugiu-lhe. – Se pudesses ir passar lá o verão ias?

            - Mãe, está a tentar dizer-me que o pai não consegue vir cá passar o verão?

            - Sim!

            Era o segundo ano consecutivo que isto acontecia!

            - Claro que ia! Quero estar com o pai, mas… e você?

            - Tenho de ficar…

            - Não a quero deixar sozinha!

            - Não hei-de ficar!

            - Mãe!!!

            - Não te preocupes!

            Não disse mais nada. Ao invés levantei-me e fui para o meu quarto.

            Todos os anos eu ficava híper contente por finalmente ver o mau pai! Tinha orgulho nele, pois sempre quis ser compositor e finalmente consegui-o! Mas a distância fez com que ele e a minha mãe se separassem. Por decisão do tribunal eu fiquei a viver com ela. Mas, agora tudo estava ainda pior. O meu pai acabou por se fixar na Carolina do Norte e eu e a minha mãe ficamos a viver em New York!

            A minha mãe interrompeu-me os pensamentos, quando bateu à porta.

            - Sarah?

            - Sim?

            Ela parecia estar a escolher as palavras corretas. Sentei-me na cama e olhei pela janela. Digamos que a vista não era a melhor: um arranha-céus cinzento! Não é de admirar visto estarmos em New York!

            - Tu não tens culpa de o meu casamento não ter dado certo! O amor é uma coisa frágil e nós “partimo-lo”!

            - Se sabia que era uma coisa frágil não devia ter tido mais cuidado? – Respondi-lhe não a encarando nos olhos, pois se a encarasse ela acabava por levar a melhor.

            - Sim, devíamos! Mas quando estamos apaixonados, digamos que não ligamos a isso e pensamos que o amor é forte o suficiente para lidar com isso…

            Fiquei sem respostas. Já tinha tido paixonetas e não sei que mais, mas nada se comparava aquilo! Nada se enquadrava ali!

            - OK!

            Ela saiu do quarto. Peguei na mochila e saí. Do apartamento em frente ao meu saiu Christin.

            - Olá! – Cumprimentou-me.

            - Olá! – Respondi e fui-me embora.

            Não era para ser antipática ou antissocial, mas não queria envolver ninguém nos meus problemas.

Quando cheguei à escola havia vários pais a entregar os filhos.

            - Tem cuidado!

            - Mãe! É o último dia, não é o primeiro!!

            - Mesmo assim!

            - Está bem!

            A mulher espetou-lhe um beijo na testa e o rapaz limpou! Deu-me vontade de rir…

            - Olha, olha quem ela é! – Ouvi atrás de mim.

            Voltei-me. Era Kayla! Só a rapariga que mais me detestava!

Malta, se não gostarem digam.... Só peço sinceridade :)
As personagens estão aqui