sábado, 22 de junho de 2013

Capitulo 15 - Never Stop Dreaming*


(25 anos depois)
- Amor? – Chamei pouco depois de acabar de me vestir.
- Estou com a Madaleine no sofá.
Fui até lá. Michael e Madaleine estavam abraçados. Eram tão fofos…
- Onde estás o David? – Questionei-os.
O meu filho de 8 anos não parava um segundo em casa.
- Foi à rua.
- Vou lá!
- Sarah, querida, não vás… Ele ai voltar…
- Como tens tanta certeza?
Madaleine riu-se.
- O papá disse-lhe que se demorasse mais de meia hora lhe tirava o tablet e o pc! Ele ficou tão mal disposto!
Madaleine tinha 4 anos. Era uma rapariga pouco saudável, mas muito simpática e alegre! Passava a maior parte do tempo comigo e com Michael.
Sorri.
- Assim acredito.
Pouco depois David voltou. Portava na mão o telemóvel; as calças arrastavam-se-lhe pelo chão; a t-shirt preta estava toda molhada.
- Que estiveste a fazer, David? – Perguntei-lhe.
- Com uns amigos, mãe! – Disse encaminhando-se para o quarto
- David! – Chamei.
- Querida, tem calma.
- Bem, tenho de ir trabalhar. Até logo. – Disse a Michael.
Saí de casa. Já ia um pouco atrasada! Entrei no escritório e fiquei pasmada a olhar para a modelo que lá estava.
- Doutora! Esta é a nova cara!
Ela voltou-se e… Bingo! Tinha acertado! Continuava com o mesmo corpo, os mesmos feitios, as mesmas manias!
Kayla estava à minha frente!
- Sarah? – Ela também não contava comigo.
Virei-lhe costas e dirigindo-me a Glória, disse-lhe:
- Não quero esta mulher! Arranje outra! Quero lá saber que traga prestígio ou outra coisa qualquer! Não vou trabalhar com ela, nem que tenha de despedir todo o pessoal!
Glória ficou a olhar para mim, como se lhe estivesse a apontar uma faca.
- Mas, Sarah, disse-me que queria um modelo em decadência, para a ajudar!
- Esta mulher, nunca hei-de ajudar! Ela merece estar na lama!
- Sarah, peço-te desculpa por tudo o que fiz, mas eu preciso mesmo deste emprego! – Interrompeu.
- Não dizias mal de mim? Não dizias mal do meu pai? Não te achavas superior? Pois bem, o feitiço virou-se contra o feiticeiro!
- Desculpa!
- É um bocado tarde para isso, não achas?
Fui para o meu escritório! Não voltaria com a minha palavra atrás!
Deixara toda a vida que tive aos 17 anos para vencer na vida! Tinha um marido maravilhoso, uma filha doente, mas que fazia sorrir todos os dias, e um filho saudável mas que só me dava trabalho, mas mesmo assim era feliz! Voltar a ter a vida que tinha aos 17 anos, ser a menina bonita que não se sabia defender estava fora de questão!
A única coisa que ainda me prendia a essa altura, era as amizades que apesar de perdidas, continuavam fortes como sempre... E, claro, Jamie…
Mas dele é que não sabia nada…
Christin e Jason casaram-se e viviam na Califórnia. Tinham quatro filhos, três rapazes e uma rapariga. Eram felizes.
Claire era professora numa academia de música em San Francisco e não era nem casada, nem namorava. Apesar de sozinha vivia feliz…
Suspirei antes de me lembrar de Jamie. Por cima de um quadro de uma praia, no meu escritório havia uma foto nossa, do dia em que ele me salvara da violação. Arrepiei-me, sentindo as mãos daqueles homens, mas sorri quando me lembrei do momento em que me vi livre disso. Era Jamie quem lá estava. Para além de Jason que o ajudara e do resto das pessoas que apareceram depois.
- Porque não o esqueces? – Perguntou alguém, entrando.
Abri os olhos e levantei a cabeça. Lá estava Claire de olhos castanhos e cabelos soltos.
- Eu já não o amo. – Disse, levantando-me para a abraçar.
- Sim, até podia fingir que acreditava.
- É difícil de explicar…
- Porque casaste com o Michael?
- Ele é um querido. Faz-me rir… Não me traz problemas.
- Mas não o amas, linda…
- Amo, sim!
- Tal como amas o Jamie?
Suspirei.
- Eu entendo.
- Que tens feito? – Perguntei mudando de conversa.
- Andado por aí. Estamos nas férias de Natal e vou agora para a Carolina, mas antes passei por aqui.
- Quando vais embora?
- Amanhã ao meio dia.
- Já tens onde ficar?
- Trato disso daqui a pouco.
- Fica lá em casa!
- Não quero dar trabalho!
- Mais trabalho que o David? – Questionei, erguendo a sobrancelha.
- Sei lá!
- É impossível…
Rimo-nos.
- Olha, vou dar uma volta. Quero ver se arranjo umas prendinhas!
- Está bom.
- Au revoir!
- Au revoir!
Com Claire era impossível não me sentir bem. Ela era como uma irmã.
Acabei todo o trabalho e passei pelo consultório do médico da Madaleine para saber o resultado dos últimos exames dela.
- Sarah, a sua filha tem um problema nos pulmões que lhe dificulta a respiração e pode fazer com que sinta pontadas no coração.
- Como? – O meu cérebro não queria acreditar. As lágrimas saíram-me pelos olhos e escorreram a fio pela cara abaixo.
- Lamento.
Levantei-me e respirei.
- É possível corá-la?
- Teremos de fazer de tudo.
- Faça-a o mais depressa possível! Não aguento isto.
Quando cheguei a casa, abracei-a sem explicar nada a ninguém, mas todos perceberam.
Claire chegou e o ambiente estava envolto numa nuvem de desespero e morte. O silêncio apoderou-se de todos e até David chorava.
Tinha os meus filhos, um de cada lado, e por mais que tentasse manter a calma não conseguia.
Faltavam apenas duas semanas para o Natal e não o podíamos passar neste ambiente.


12 comentários:

  1. bem a Sarah tem 47 anos????? bem continua muito gira a historia!!!

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  2. Passaram-se vinte e cinco anos? Wow, carregaste-lhe.
    Mas eu adorei. A filha dela é um amor.
    Só espero que ela fique bem.
    Há espera de mais.
    Beijinhos

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    Respostas
    1. Carreguei mesmo xD
      Pois é :)
      Talvez fique...
      Que bom.
      Beijinhos*

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  3. Wow o tempo passou rápido :o
    Mas como sempre adorei ;)

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  4. 25 anos? :O
    Bastante tempo xD
    Mas continua muito giro, adorei :)

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  5. Já li os capítulos anteriores que não pude ler antes e adorei .
    Já passou tantooo tempo :o Tantas mudanças nas vidas deles .
    Continuo a adorar (:

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